sábado, 25 de abril de 2020

Os 4 Elementos Sobre a Perspectiva do Ocultismo e Filosofia: AR






Anaximenenes de Mileto (588-524 A.C.), meteorologista e filósofo pré-socrático, em sua obra "Sobre a Natureza" defende a tese de que todas as coisas são originárias do Ar. Que este seria o elemento primordial.

Mais tardiamente, foi incorporado na mitologia o grega o conceito que veio a se tornar os Quatro Ventos Cardeais, que inspiraram a iconografia da rosa dos ventos.
Os Quatro ventos são: Bóreas, o vento do norte (frio e violento); Euro, vento do leste (criador de tempestades); Notos, o vento do sul (quente e formador de nuvens) e Zéfiro, o vento do Oeste (suave e agradável).

Para os romanos: Áquilon (N), Flavonius (L), Auster (S) e Vulturnus (O). 



Independente  disto, sabemos que o Ar é fundamental para nossas vidas. Ele comporta diversos elementos e substâncias químicas, expressos na forma de vapor ou gás, que são essenciais para a vida como conhecemos hoje.

No ocultismo moderno; o Ar é considerado um elemento de polaridade positiva (masculino), e está associado a Palavra e ao Logos - a inteligência ativa, transformadora e ordenadora de Deus sobre a realidade.

Desta forma também representa o intelecto humano e sua capacidade de moldar a realidade através da lógica; o poder conquistado através do conhecimento e sapiência como a linguagem e a comunicação. Assim como a palavra e o som, que se propaga através do Ar.

Misticamente as qualidades do Ar são representadas pelo poder de perceber os fatos de forma clara, de analisar as situações e exercer o discernimento, de obter uma visão aguçada como a de uma ave em caça.
De soprar para longe pensamentos que obstruem a visão, assim como o vento sopra para longe nuvens que cobrem a luz do sol, a luz da razão.

O Ar também é conectado com a alma em várias culturas que compõe o conhecimento da Tradição Esotérica Ocidental.
Como na palavra Ruach do hebreu, que significa: espírito, respiração ou vento.
Ou ainda nas palavras Psychê (latina) e Psukhê /Pneumona (grega) - que também trazem significados correlativos: respiração, vida e alma.

O Logos Criativo é implícito no sopro da vida - in principio erat verbum, no princípio era o verbo. 
O verbo, a palavra criadora; a qual aquele que a tem, possui também seu poder, metáfora mítica que é presente em muitas culturas.

Sob a perspectiva do macrocosmo, o ar sempre nos cerca, é o mais intangível dos 4 elementos.
O ar nos conecta até o Cosmos, preenchendo o espaço entre a terra e os céus. Os homens e os Deuses;

O Ar conversa conosco o tempo todo, é onipresente, é o sopro da vida de onde tiramos o oxigênio necessário para nossos processos metabólicos, é de onde tiramos nossa Inspiração, palavra que literalmente significar respirar.

Quando estamos inspirados, ideias movem nossa mente, e o movimento é uma qualidade do ar, que o pode variar como uma brisa gentil ou como um tornado.

O Acrônimo Alquímico do Ar - AER é: Aurifica Ego Regina {vontade de ouro da rainha}

São qualidades negativas relacionadas ao ar: ansiedade, dispersão, impulsividade, indecisão, insegurança, nervosismo, paranoia.


TABELA DE CORRESPONDÊNCIAS ALQUÍMICAS DO ELEMENTO AR

Axioma: Saber
Cores: Amarelo e Azul Celeste
Signos Astrológicos: Aquário, Gêmeos e Libra.
Planetas: Júpiter, Mercúrio e Urano.
Direções: Leste ou Sul
Hora do dia: O Amanhecer
Estação: Primavera
Sentido: Cheiro
Gênero: Masculino
Ferramenta: Athame (Bastão??)
Deidade: Zeus (Hermes??)
Tetragramaton: Vav
Arcanjo: Rafael
Governador Elemental: Cherub
Rei Elemental: Paralda
Elementais: Silfidis/Silfos
Kerub/Animal: Águia
Gema: Topázio
Metal: Prata
Tarô: Espadas
Solido Platônico: Octaedro









domingo, 5 de abril de 2020

A Jornada do Herói e o Cavaleiro de Ouros


As Histórias sejam elas reais ou fictícias permeiam a humanidade desde tempos imemoriais, arrisco-me a dizer que tenham surgido de maneira concomitante à própria linguagem e a maneira na qual o ser Humano interage entre seus semelhantes.

A jornada do Herói é uma sequencia de conceitos arquetípicos que permeiam as grandes histórias, sejam elas oriundas de mitologias, da literatura ou das modernas produções hollywoodianas cheias de efeitos especiais.

Esse termo surgiu através da tese do professor Joseph Campbell (1904-1987); historiador, antropólogo e cientista da religião norte americano que; influenciado por movimentos como o da psicanálise, psicologia analítica e religião comparada descreveu em seu livro: O Herói de Mil Faces (1949).

A jornada do Herói, segundo Campbell, fala sobre um padrão incutido nas histórias que acabam moldando o personagem até que este se torne um herói. Se constitui de 12 etapas:
1) 0 problema comum.
2) A chamada para a aventura
3) Negação ao chamado.
4) Encontro com o seu Mestre.
5) Cruzamento do limiar.
6) O teste, parceiros e adversários.
7) O esconderijo.
8) A Provação.
9) A recompensa.
10) Caminho de Volta.
11) Ressurreição.
12) Retorno Final

Cada um dessas etapas do herói, são momentos que de alguma forma se relacionam também em nossas vidas.
Detalharei cada uma dessas etapas em outro momento, cada uma não é tão óbvia quanto parece, e merece a devida atenção.

Tá e o Cavaleiro de Ouros?

O tarô incorpora em sua formação além dos Trunfos Maiores, um antigo sistema de cartas, que ficou conhecido no século XV como baralho cavalheiresco francês. (56 cartas).
O qual adota 4 cartas da corte: o Rei, a Rainha, o Cavaleiro e o Pagen; que nas artes divinatórias representam o tetragrama para descrever uma espécie de "lição" ou "conselho" em cada naipe

O naipe de Ouros diz respeito a materialidade da vida, abrangendo principalmente campos financeiros do indivíduo.

O Cavaleiro de Ouros
Naturalmente no tarô os cavaleiros são a representação do ideal do herói.
  
No tarô mitológico - uma leitura do tarô a qual eu gosto muito - o cavaleiro de Ouros é representado por Aristeu, o apicultor. Aristeu era filho do deus Apolo e era conhecido por seu excelente manejo com abelhas, cultivo de oliva, seus trabalhos como curandeiro  e pastoreio.
Certa vez este foi até à Sardenha e lá viu que o povo era acometido por uma terrível peste, Aristeu descobriu a causa, conseguindo conte-la; sendo aclamado pelos populares desde então, bem como em todos os lugares que ia, sempre resolvendo algo que aparentemente era simples, mas que era preciso ser feito.

Um dia suas abelhas foram acometidas por uma praga e morreram; incrédulo, Aristeu procurou um oráculo para saber a causa da morte das abelhas, este obteve como resposta que havia ofendido os deuses - sempre isso né?, e devia fazer uma oferenda para que fosse perdoado.
Assim Aristeu o fez, e suas abelhas foram restauradas.
(dei uma resumida na história)

O que me chama atenção no mito de Aristeu é que ele não é um herói que mata dragões ou salva alguma princesa. (cavaleiro de paus e copas)
O seu maior feito foi salvar algumas abelhas e ainda sim o mito conta que ele desfrutou de uma vida plena e digna, sendo cultuado como Deus na Sicília e na Trácia onde morreu conhecido por sua sabedoria.

O cavaleiro de ouros  traz a representação da importância dos pequenos trabalhos, a valorização das coisas simples.
Ele ensina que não importa quão pequenos possamos ser, com perseverança e um pouco de criatividade podemos ir longe e nos conectar a coisas usualmente esquecidas pelas pessoas comuns em sua correria diária, fazendo-nos grandes.
A valorização do nosso trabalho na medida que o executamos com dedicação, organização, paciência e zelo; atrelado aos nossos valores e entrega construirá um dia o nosso legado.

A maior lição do Cavaleiro de Ouros é a Humildade e Entrega Apaixonada pelo que se faz. Aconselha a trabalhar pouco a pouco para se conseguir o que se quer, como uma semente que brota e precisa de paciência e cuidados até se consigam os frutos.

As figuras do tarô são sempre duais,e isso quer dizer estas qualidades  podem por vezes se tornar defeitos. Em algumas  ocasiões esse aspecto pode representar estagnação, nesse caso devemos nos lembrar também de nossas ambições e ter um pouco de ganância.

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Particularmente me identifico um tanto com o cavaleiro de ouros (bem como outras cartas rs) Identifico que em sua essência reside uma das chaves mestras da espiritualidade, a simplicidade!
A imanência da divindade, a materialidade dos fatos, as nossas ações e nada mais.
Sem templos, sem santos, sem sacerdotes e sem deuses para interceder ou barganhar.

Quem você é de fato?
Conhece a ti mesmo e conhecerás os deuses e o universo. 

E trago na proposta deste blog apresentar um panorama da minha jornada no processo de autoconhecimento e espiritualidade; falando sobre: plantas de poder, oráculos, tarô, maçonaria, sociedades secretas, kabballah, paganismo, wicca, deuses e magia.
Sempre sob a perspectiva de que tudo chega em seu devido tempo com os Mantras do Cavaleiro de Ouros!

Humildade, ambição, dedicação e amor.

ABENÇOADX SEJAS!

Paz profunda à todx.

O Amor é a lei, amor sob vontade.