domingo, 11 de outubro de 2020

Maria, a Estrela do Mar

Hoje é círio em Belém (PA), e é notável uma mudança de atmosfera da cidade, eu mesmo me  considero cético, mas me emociono nesse período, não pelo círio em si, mas há algo diferente no ar como se fosse realmente a sensação de re-ver a própria mãe e consigo turbilhões de sentimentos. 

E hoje parei para entender e tentar exprimir um pouco do que percebo dessa carga simbólica.

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Um dos epítetos católicos em latim de Maria é o de Stella Maris, e particularmente é proclamadamente o mais significativo e tocante para mim. 

Canto Gregoriano: Maria Estrela do Mar


Não apenas pelo paralelo que há entre Maria e outras Deusas relacionadas ao Mar, como: Yemanjá, Isis - que teve seu culto trazido do Egito até à Grécia pelo Mar do Chipre, a própria Afrodite trás elementos simbólicos dessa grande Iconografia que povoa o  imaginário humano desde o alto da cultura mesopotâmica.

A própria raiz do nome Maria, vem do hebraico: Marah, que em tradução literal significa: Amargo/Salgado, que por si só conecta ao Mar.

Porém, acredito que sua relação não seja meramente casual.

O mar é a fonte de toda a vida, foi no mar que ocorreu a formação das primeiras estruturas celulares existentes que deram origem a toda vida na terra. 

O mar é o útero vivo e virgem que foi fecundado pelo Logos criativo de Deus que pairava em sua superfície quando tudo era sem forma e vazio; através das delimitações entre o Mar e a Terra, nosso planeta foi tomando forma.



Na ciência cabalista, é dito que Binah - esfera da árvore da vida associada à Grande Mãe, é a doadora da forma, aquela que une o espírito à matéria viva, ela quem dá a vida, que dá a luz.

Ela é terrível também pois trazer ao mundo material também implica diretamente em uma consequente morte, e ela, a própria manifestação da vida, não conhece a morte pois está além desses domínios, seus padrões são circulares, eternos e cíclicos, assim como as marés, a lua e os ciclos femininos.

Não suficiente, amargo também é o Gozo Feminino, um muco de teor alcalino responsável por neutralizar o pH vaginal e tornar possível a fertilização.

Amargo é a terra fértil e cheia de matéria orgânica, apta para receber sementes e dar vida para todas as plantas. 

Amarga é a taça da vida que dualmente é também o mais doce dos licores para os que vivem seu mistério. 

Somos todos fisicamente terra pelos minerais que formam nosso corpo e água pelos líquidos que os dão fluidez, ela sempre esteve e sempre estará conosco. 

Ela nos amou antes da consciência de amar. 

A mar. 

Pois ela é o próprio amor incondicional que dá origem a vida. 


Salve salve Estrela do Mar.

sexta-feira, 28 de agosto de 2020

Os 4 Elementos sob a pespectiva do Esoterismo e Filosofia: Fogo

Para os cabalistas ele foi o primeiro elemento, para o grego Heráclito ele foi a causa de todo o universo.

Há também quem diga que o universo surgiu em uma grande explosão; onde faz se possível uma correlação com ele.


O FOGO

É representado no macrocosmo como o Sol no céu e seu poder transformador em toda a vida da terra.

Aliais o poder de transformação que o fogo (e o calor) ocasiona nos materiais é a sua qualidade mais apreciada dentro da química. E metaforicamente para a filosofia esotérica também!

O fogo contém em si o poder para criar e destruir.

A sua expressão é através da luz; que nos habilita o sentido da Visão.

O axioma do fogo é o Querer o que reflete também as suas qualidades como: a criatividade, o dinamismo e a energia.

O fogo é associado a liberdade; que misticamente está para a coragem.

"Pois para sermos Livres precisamos ser Corajosos"

O fogo nos motiva para o sucesso e refina as nossas paixões 

Ao lidarmos com esse elemento somos desafiados a encontrar o limite para chegar ao equilíbrio da energia criativa sem ser destrutivo.

E mesmo que destrua, que essas cinzas sejam usadas para  nutrir a vida nova. Assim como as cinzas da madeira - ricas em minerais - fertilizam o solo para novas plantas.


Se usado de maneira adequada o fogo pode aquecer, iluminar e ajudar a cozer os alimentos.

Mas se sai do controle pode causar estragos - assim como nossas paixões que se colocadas dentro dos limites, nos confere impulsos criativos e construtivos.

O fogo é provavelmente o mais desafiador dos 4 elementos e também nos lembra da fragilidade da vida que; como a chama de uma vela que se levanta e dança também pode enfraquecer até o seu fim, lembrando da danca da vida.


 O acrônimo alquímico do fogo é: IGNIS

"In Gehenna Nostrae Ignis Scientiae" - No inferno Está o Fogo de Nossa Ciência

Esta compreensão alquímica baseia-se no mistério do fogo no interior da terra; chamado pelos antigos germanos de sol negro ou na metáfora esotérica do sol da meia noite.

Este conceito é originário na compreensão dos povos antigos que na ideia de que a terra fosse plana; achavam que o sol [Shamash - para os mesopotâmios] ia para debaixo da terra ao anoitecer; ou que morria e era novamente gestado no útero da terra onde renascia no outro dia [cosmovisão indoeuropeia/aborígene/tupi].

No inferno, ou seja no submundo, abaixo da terra, no útero escuro e desconhecido do nosso subconsciente e afastado da luz da consciência comum, está o fogo que os alquimistas buscam.

O "self" descrito pela psicologia Jungiana.

A criança da promessa.

O fogo que Prometeu trouxe aos humanos. 

Toda a glória da estrela da manhã. 

A nossa centelha divina.

Trabalhar o elemento fogo dentro de nós, ensina a nos concentrar em nossos caminhos e em nossa Verdadeira Vontade e nos da poder e liberdade.

Representação de uma Salamandra, ser elemental do fogo para os Alquimistas.


TABELA DE CORRESPONDÊNCIAS ALQUIMICAS DO ELEMENTO FOGO.

AXIOMA - Querer

COR -  Vermelho

SIGNOS ASTROLÓGICOS - Áries, Leão, Sagitário.

PLANETAS - Marte e Sol (para o esoterismo o sol é um planeta)

DIREÇÃO - Sul ou Leste

HORA DO DIA - Meio dia 

ESTAÇÃO - Verão

SENTIDO - Verão

GÊNERO - Masculino

DEIDADE - Hades e Hefesto

TETRAGRAMA - Yod

ARCANJO - Miguel

GOVERNADOR ELEMENTAL -  Seruph ou Nathaniel

REI ELEMENTAL - Djin

ELEMENTAIS - Salamandras

KERUB - Leão

GEMA - Rubi

METAL - Ouro, Ferro

TARÔ - Paus

SOLIDO PLATÔNICO - Tetraedro



quinta-feira, 16 de julho de 2020

ORIGEM E SIMBOLISMO: GAIA, A DEUSA DA TERRA


De acordo com a cosmogonia Grega, antes do homem ser criado, só havia terra e ar e antes mesmo de existir o ar e a terra, se necessitava de um lugar para estes se manifestarem. 

Este lugar era o Caos: que era o lugar onde existia só a possibilidade de ser. 

No sonho do Caos só existia o Pensamento, que crescia e palpitava e este Pensamento estabeleceu a Ordem. 

Tão poderoso e eficaz foi este Pensamento que chamou a si mesmo de Eros, e ao pronunciar aquele nome, o Caos se transformou no Momento. 

Do Caos e Eros surgiram a obscuridade chamada Nyx e o movimento chamado Boreas, o vento.
Em sua primeira dança cósmica, Nyx e Boreas, giraram em movimento arrebatado e frenético até que tudo que era denso e pesado descendeu, e tudo que era leve ascendeu. 

A matéria densa era Gaia e de sua chuva e de sua semente proveu sua descendência.


A Deusa 

A Deusa Gaia, a grande Mãe Terra, portanto é uma das primeiras Deusas Gregas. Ela deu forma a tudo e criou seus filhos: a terra, os mares, as montanhas, as plantas, os animais, as estrelas e etc. Gaia deu vida a cada um de seus filhos para que eles vivam em liberdade e harmonia, desfrutando da beleza de sua criação.

A primeira criação de Gaia, contudo, foi Urano, o céu. Urano, que pode ser visto como criação ou como filho, tomou Gaia como sua esposa e os dois tiveram diversos outros filhos.

A História

Contudo, cada vez que um filho nascia, Urano o escondia em algum lugar em Gaia para que ele tivesse a atenção da Deusa única e exclusivamente dele. Com isso, Gaia foi se sentindo cada vez mais pesada e triste por não poder ver os próprios filhos.

Cronos, o Titã mais novo, decidiu por um fim nesse “relacionamento abusivo”. Quando Urano se prepara para penetrar Gaia, Cronos corta o pênis do pai com sua foice. Gotas de sangue e sêmen caem por toda parte e, em cada local que tocam, um novo nascimento ocorre. O mais conhecido nascimento deste evento é o nascimento da Deusa Afrodite. Quando o sêmen de Urano toca o oceano, surge uma espuma (Aphros) e desta espuma surge a Deusa mais bela de todas, Afrodite

Os Símbolos

Significado de Gaia e Símbolos de Gaia
A palavra Gaia significa Terra. A Deusa Gaia está sempre relacionada à:

Abundância;
Prosperidade;
Amor infinito;
Origem de tudo.
Os principais símbolos de Gaia são:

Planeta Terra;
Fartura;
Florestas e Rios;
Serpente.
A serpente é vista como um símbolo de Gaia porque ela representa a renovação ao deixar uma pele e “renascer” e também por ser um animação de proteção que protegia os grãos contra roedores.

A Serpente Píton que habitava Delfos, é filha de Gaia.

Salve a Nascida do Caos!
Doadora da Forma, da qual a vida jorra eternamente, a terra sob nossos pés, senhora da abundância.

Gaia Lilac, Gaia Yabá, Gaia Pacha, Gaia Wakama!

VESTA: A CHAMA DO OLIMPO E O ISOLAMENTO SOCIAL

*Quarto Minguante*
DEUSA VESTA: A CHAMA DO OLIMPO.

Vesta, era a primeira filha de Cibele com Saturno, a primogênita da geração de deuses olimpianos, mas foi engolida por Saturno, posteriormente salva por Júpiter. 

Quase sempre representada com um longo vestido, e por vezes com um véu.
É a deusa que nunca abandona o lar, é a chama do olimpo, o coração da morada dos deuses.

Representa o calor, o aconchego e a divindade que é o Próprio Lar.

Em tempos de isolamento social, somos confrontados com nosso retorno ao lar; onde encontramos tudo aquilo que havíamos soterrado; e o que era escondido é posto à luz da chama de Vesta.

Nossos conflitos familiares por tanto tempo remediados pela nossa fuga desenfreada, nos escapismos do dia a dia é confrontada com a convivência visceral e nos vemos simplesmente expostos.

Expostos pela urgência das situações, no momento em que nos vemos frágeis. 

Pelo sentimento de frustração das pessoas a quem amamos e pela a desilusão de nossas próprias expectativas.

E tudo bem ficarmos expostos quando estamos em casa, isso é verdadeiramente intimidade e convivência real. 

O conselho de Vesta é a acolhida. Acolha, traga para o seu coração. Ame. 

Por que onde está o nosso coração está o nosso lar.

Espiritualidade e Ciência: isso tem a ver com física quântica?





MAGIA?

Dois mil anos antes da Era Comum, os primeiros manuscritos védicos indianos já comentavam sobre a criação da realidade.
Estes textos inspiraram correntes de pensamento como os Upashinads, uma das mais belas e poéticas leituras dos ensinamentos Vedanta. 
O que dá beleza desses ensinamentos - aos meus olhos, e o que faz que eles consigam transcender o tempo e chegar até os dias de hoje, é o fato de colocar o indivíduo como parte ativa da criação, 

Em suma: o Eu é co-criador da sua realidade.

Essa é uma máxima muito comum entre os praticantes de Yoga.
E dizem que quem absorve verdadeiramente esse ensinamento torna-se muito poderoso.

Veja bem, se isso fosse inteiramente falso não haveria tanto adeptos de tais práticas, ao longo de milhares de anos.

Não me restrinjo a falar apenas de práticas da Tradição Oriental, vários caminhos espirituais também trabalham com a "manipulação da realidade"; o próprio conceito da fé cristã poderia se adequar, mas nesse caso para o paradigma cristão, depende da "Vontade de Deus".
Coloco aqui apenas a vontade do indivíduo como causa das mudanças externas.

"A arte de provocar mudanças na realidade de acordo com a vontade"
 - Aleister Crowley

Feito magicka!(grafia que o próprio Crowley utilizava)

Particularmente eu me pego pensando as vezes se tudo isso não passa de auto indução, de auto sugestão, como um efeito placebo. 
Mas ora placebo também é vendido como medicamento não é mesmo? 
Talvez seja algo mais.
Talvez eu queira que seja algo mais.

Auto sugestão ou não, dá certo!
E com uma certa dose de prática você consegue resultados significativos.





NEW AGE

Hoje temos disponível muito conhecimento e o método científico se estabeleceu permitindo-nos explorar as miúcias e grandezas do universo, também avaliar quaisquer inconsistência metodológica.  

No entanto, assoberbardos com tanto pragmatismo, a religião caiu em vasão nos grupos sociais mais "desenvolvidos".

A nova forma de pensamento gera uma ruptura com os valores anteriores. 
Matamos Deus, como Nietzsche sugeriu, mas é aí que nos vemos órfãos em um universo infinito, dessa forma,  em um resgate dramático, bucamos a reconciliação da ciência e religião. 

O que nunca vai acontecer! Por que esses tem objetivos diferentes.
São polaridades universais. Imissíveis. Ainda que juntas, elevem a consciência humana e deem razão para a existência.

As religiões alegam possuírem a Verdade, mas a verdade é que: pode não haver nada do que dizem.

A ciência diz que não possui uma verdade imutável, o que parece mais perto de ser uma Verdade.

Mas isso por si só é seco, monocromático e sem vida. 

A Arte, o sentimento, a fé são forças fecundadoras da centelha do nosso ser! Ainda que não possamos ter uma sociedade totalmente focada nesses valores. 

 Veja como esses conceitos são complementares.





Faço uma comparação sobre isso dentro de um sistema.

A Ciência

A ciência com seu pragmatismo discriminante é como a luz do sol; sob ela podemos discernir nitidamente objetos há uma distancia considerável. 
Ela nos dá dentre todas as possibilidades, as respostas mais obvias, rápidas e resolutivas para nossos problemas. 

No entanto ela é inflexível, ao estarmos expostos a luz do sol nossa visão acaba sendo ofuscada pelo brilho excedente, nossa pele e retina podem sofrer danos. 
Esotericamente o sol é signo da pureza das coisas - por isso é retratado como uma criança em alguns baralhos de tarô - essa pureza é discriminante e até maldosa em certo ponto, não permitindo que algo de dissonante atrapalhe a harmonia existente. 
Tudo que atrapalhe o limpo senso estético solar é visto como feio, diferente por isso segregado. 
Também por isso a sombra da carta do sol seja a visão estreita a cerca do mundo ao redor. 

Assim como as plantas absorvem a energia solar para seu crescimento e realização de processos metabólicos, os humanos se utilizam do saber científico para elaboração dos mais refinados construtos.


A Espiritualidade

Polêmica e multifacetada, só entende a espiritualidade verdadeiramente aquele individuo que a sente, que a vive!
Há generalidades pelas quais os sistemas de crenças,  se guiam para transmitir seus  conhecimentos, no entanto, isso precisa não apenas da aceitação, mas do entendimento desses conceitos no mais íntimo de cada um.

A Espiritualidade verdeira é intima. 
É contato entre a alma humana e a divina.

E por vezes acaba não sendo construída em cima de um sistema lógico cartesiano, mas de símbolos, metáforas plurais, que tocam e elevam no nosso ser de maneira única, mas ainda inapreensíveis.

É uma luz difusa, que nos coloca como parte do Grande Mistério, que une os planos de realidade, a imaginação, o factual, o sentir. 

Assim como a luz da lua, onde vemos por meio da penumbra um objeto distante tomar uma aparência sobreposta e fantasmagórica. 

Influencia as marés, as marés psíquicas, do intimo do pensamento coletivo humano. 
 
A natureza espiritual é confusa mesmo; e creio que jamais iremos desvenda-la , no entanto ela faz parte do nosso próprio ser. E nega-la é negar a nós mesmos.

"Conhece a ti mesmo e conhecerás os Deuses e o o Universo."

Essa é a chave dos grandes mistérios que foi deixada pelos sábios que vieram antes.


E o que isso tem a ver com Física Quântica? 

Olha... não tem nada não.

A ciência é baseada em provas.

A espiritualidade não precisa de provas. 

Não nego que há correlações entre os dois.
Você pode ter o dois! 

Mas um não justifica o outro. Aceite.

São apenas mais uma manifestação da dualidade, e que essa dualidade sirva para ser fecunda ao ser e elevar! 


sábado, 25 de abril de 2020

Os 4 Elementos Sobre a Perspectiva do Ocultismo e Filosofia: AR






Anaximenenes de Mileto (588-524 A.C.), meteorologista e filósofo pré-socrático, em sua obra "Sobre a Natureza" defende a tese de que todas as coisas são originárias do Ar. Que este seria o elemento primordial.

Mais tardiamente, foi incorporado na mitologia o grega o conceito que veio a se tornar os Quatro Ventos Cardeais, que inspiraram a iconografia da rosa dos ventos.
Os Quatro ventos são: Bóreas, o vento do norte (frio e violento); Euro, vento do leste (criador de tempestades); Notos, o vento do sul (quente e formador de nuvens) e Zéfiro, o vento do Oeste (suave e agradável).

Para os romanos: Áquilon (N), Flavonius (L), Auster (S) e Vulturnus (O). 



Independente  disto, sabemos que o Ar é fundamental para nossas vidas. Ele comporta diversos elementos e substâncias químicas, expressos na forma de vapor ou gás, que são essenciais para a vida como conhecemos hoje.

No ocultismo moderno; o Ar é considerado um elemento de polaridade positiva (masculino), e está associado a Palavra e ao Logos - a inteligência ativa, transformadora e ordenadora de Deus sobre a realidade.

Desta forma também representa o intelecto humano e sua capacidade de moldar a realidade através da lógica; o poder conquistado através do conhecimento e sapiência como a linguagem e a comunicação. Assim como a palavra e o som, que se propaga através do Ar.

Misticamente as qualidades do Ar são representadas pelo poder de perceber os fatos de forma clara, de analisar as situações e exercer o discernimento, de obter uma visão aguçada como a de uma ave em caça.
De soprar para longe pensamentos que obstruem a visão, assim como o vento sopra para longe nuvens que cobrem a luz do sol, a luz da razão.

O Ar também é conectado com a alma em várias culturas que compõe o conhecimento da Tradição Esotérica Ocidental.
Como na palavra Ruach do hebreu, que significa: espírito, respiração ou vento.
Ou ainda nas palavras Psychê (latina) e Psukhê /Pneumona (grega) - que também trazem significados correlativos: respiração, vida e alma.

O Logos Criativo é implícito no sopro da vida - in principio erat verbum, no princípio era o verbo. 
O verbo, a palavra criadora; a qual aquele que a tem, possui também seu poder, metáfora mítica que é presente em muitas culturas.

Sob a perspectiva do macrocosmo, o ar sempre nos cerca, é o mais intangível dos 4 elementos.
O ar nos conecta até o Cosmos, preenchendo o espaço entre a terra e os céus. Os homens e os Deuses;

O Ar conversa conosco o tempo todo, é onipresente, é o sopro da vida de onde tiramos o oxigênio necessário para nossos processos metabólicos, é de onde tiramos nossa Inspiração, palavra que literalmente significar respirar.

Quando estamos inspirados, ideias movem nossa mente, e o movimento é uma qualidade do ar, que o pode variar como uma brisa gentil ou como um tornado.

O Acrônimo Alquímico do Ar - AER é: Aurifica Ego Regina {vontade de ouro da rainha}

São qualidades negativas relacionadas ao ar: ansiedade, dispersão, impulsividade, indecisão, insegurança, nervosismo, paranoia.


TABELA DE CORRESPONDÊNCIAS ALQUÍMICAS DO ELEMENTO AR

Axioma: Saber
Cores: Amarelo e Azul Celeste
Signos Astrológicos: Aquário, Gêmeos e Libra.
Planetas: Júpiter, Mercúrio e Urano.
Direções: Leste ou Sul
Hora do dia: O Amanhecer
Estação: Primavera
Sentido: Cheiro
Gênero: Masculino
Ferramenta: Athame (Bastão??)
Deidade: Zeus (Hermes??)
Tetragramaton: Vav
Arcanjo: Rafael
Governador Elemental: Cherub
Rei Elemental: Paralda
Elementais: Silfidis/Silfos
Kerub/Animal: Águia
Gema: Topázio
Metal: Prata
Tarô: Espadas
Solido Platônico: Octaedro









domingo, 5 de abril de 2020

A Jornada do Herói e o Cavaleiro de Ouros


As Histórias sejam elas reais ou fictícias permeiam a humanidade desde tempos imemoriais, arrisco-me a dizer que tenham surgido de maneira concomitante à própria linguagem e a maneira na qual o ser Humano interage entre seus semelhantes.

A jornada do Herói é uma sequencia de conceitos arquetípicos que permeiam as grandes histórias, sejam elas oriundas de mitologias, da literatura ou das modernas produções hollywoodianas cheias de efeitos especiais.

Esse termo surgiu através da tese do professor Joseph Campbell (1904-1987); historiador, antropólogo e cientista da religião norte americano que; influenciado por movimentos como o da psicanálise, psicologia analítica e religião comparada descreveu em seu livro: O Herói de Mil Faces (1949).

A jornada do Herói, segundo Campbell, fala sobre um padrão incutido nas histórias que acabam moldando o personagem até que este se torne um herói. Se constitui de 12 etapas:
1) 0 problema comum.
2) A chamada para a aventura
3) Negação ao chamado.
4) Encontro com o seu Mestre.
5) Cruzamento do limiar.
6) O teste, parceiros e adversários.
7) O esconderijo.
8) A Provação.
9) A recompensa.
10) Caminho de Volta.
11) Ressurreição.
12) Retorno Final

Cada um dessas etapas do herói, são momentos que de alguma forma se relacionam também em nossas vidas.
Detalharei cada uma dessas etapas em outro momento, cada uma não é tão óbvia quanto parece, e merece a devida atenção.

Tá e o Cavaleiro de Ouros?

O tarô incorpora em sua formação além dos Trunfos Maiores, um antigo sistema de cartas, que ficou conhecido no século XV como baralho cavalheiresco francês. (56 cartas).
O qual adota 4 cartas da corte: o Rei, a Rainha, o Cavaleiro e o Pagen; que nas artes divinatórias representam o tetragrama para descrever uma espécie de "lição" ou "conselho" em cada naipe

O naipe de Ouros diz respeito a materialidade da vida, abrangendo principalmente campos financeiros do indivíduo.

O Cavaleiro de Ouros
Naturalmente no tarô os cavaleiros são a representação do ideal do herói.
  
No tarô mitológico - uma leitura do tarô a qual eu gosto muito - o cavaleiro de Ouros é representado por Aristeu, o apicultor. Aristeu era filho do deus Apolo e era conhecido por seu excelente manejo com abelhas, cultivo de oliva, seus trabalhos como curandeiro  e pastoreio.
Certa vez este foi até à Sardenha e lá viu que o povo era acometido por uma terrível peste, Aristeu descobriu a causa, conseguindo conte-la; sendo aclamado pelos populares desde então, bem como em todos os lugares que ia, sempre resolvendo algo que aparentemente era simples, mas que era preciso ser feito.

Um dia suas abelhas foram acometidas por uma praga e morreram; incrédulo, Aristeu procurou um oráculo para saber a causa da morte das abelhas, este obteve como resposta que havia ofendido os deuses - sempre isso né?, e devia fazer uma oferenda para que fosse perdoado.
Assim Aristeu o fez, e suas abelhas foram restauradas.
(dei uma resumida na história)

O que me chama atenção no mito de Aristeu é que ele não é um herói que mata dragões ou salva alguma princesa. (cavaleiro de paus e copas)
O seu maior feito foi salvar algumas abelhas e ainda sim o mito conta que ele desfrutou de uma vida plena e digna, sendo cultuado como Deus na Sicília e na Trácia onde morreu conhecido por sua sabedoria.

O cavaleiro de ouros  traz a representação da importância dos pequenos trabalhos, a valorização das coisas simples.
Ele ensina que não importa quão pequenos possamos ser, com perseverança e um pouco de criatividade podemos ir longe e nos conectar a coisas usualmente esquecidas pelas pessoas comuns em sua correria diária, fazendo-nos grandes.
A valorização do nosso trabalho na medida que o executamos com dedicação, organização, paciência e zelo; atrelado aos nossos valores e entrega construirá um dia o nosso legado.

A maior lição do Cavaleiro de Ouros é a Humildade e Entrega Apaixonada pelo que se faz. Aconselha a trabalhar pouco a pouco para se conseguir o que se quer, como uma semente que brota e precisa de paciência e cuidados até se consigam os frutos.

As figuras do tarô são sempre duais,e isso quer dizer estas qualidades  podem por vezes se tornar defeitos. Em algumas  ocasiões esse aspecto pode representar estagnação, nesse caso devemos nos lembrar também de nossas ambições e ter um pouco de ganância.

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Particularmente me identifico um tanto com o cavaleiro de ouros (bem como outras cartas rs) Identifico que em sua essência reside uma das chaves mestras da espiritualidade, a simplicidade!
A imanência da divindade, a materialidade dos fatos, as nossas ações e nada mais.
Sem templos, sem santos, sem sacerdotes e sem deuses para interceder ou barganhar.

Quem você é de fato?
Conhece a ti mesmo e conhecerás os deuses e o universo. 

E trago na proposta deste blog apresentar um panorama da minha jornada no processo de autoconhecimento e espiritualidade; falando sobre: plantas de poder, oráculos, tarô, maçonaria, sociedades secretas, kabballah, paganismo, wicca, deuses e magia.
Sempre sob a perspectiva de que tudo chega em seu devido tempo com os Mantras do Cavaleiro de Ouros!

Humildade, ambição, dedicação e amor.

ABENÇOADX SEJAS!

Paz profunda à todx.

O Amor é a lei, amor sob vontade.