quinta-feira, 16 de julho de 2020

Espiritualidade e Ciência: isso tem a ver com física quântica?





MAGIA?

Dois mil anos antes da Era Comum, os primeiros manuscritos védicos indianos já comentavam sobre a criação da realidade.
Estes textos inspiraram correntes de pensamento como os Upashinads, uma das mais belas e poéticas leituras dos ensinamentos Vedanta. 
O que dá beleza desses ensinamentos - aos meus olhos, e o que faz que eles consigam transcender o tempo e chegar até os dias de hoje, é o fato de colocar o indivíduo como parte ativa da criação, 

Em suma: o Eu é co-criador da sua realidade.

Essa é uma máxima muito comum entre os praticantes de Yoga.
E dizem que quem absorve verdadeiramente esse ensinamento torna-se muito poderoso.

Veja bem, se isso fosse inteiramente falso não haveria tanto adeptos de tais práticas, ao longo de milhares de anos.

Não me restrinjo a falar apenas de práticas da Tradição Oriental, vários caminhos espirituais também trabalham com a "manipulação da realidade"; o próprio conceito da fé cristã poderia se adequar, mas nesse caso para o paradigma cristão, depende da "Vontade de Deus".
Coloco aqui apenas a vontade do indivíduo como causa das mudanças externas.

"A arte de provocar mudanças na realidade de acordo com a vontade"
 - Aleister Crowley

Feito magicka!(grafia que o próprio Crowley utilizava)

Particularmente eu me pego pensando as vezes se tudo isso não passa de auto indução, de auto sugestão, como um efeito placebo. 
Mas ora placebo também é vendido como medicamento não é mesmo? 
Talvez seja algo mais.
Talvez eu queira que seja algo mais.

Auto sugestão ou não, dá certo!
E com uma certa dose de prática você consegue resultados significativos.





NEW AGE

Hoje temos disponível muito conhecimento e o método científico se estabeleceu permitindo-nos explorar as miúcias e grandezas do universo, também avaliar quaisquer inconsistência metodológica.  

No entanto, assoberbardos com tanto pragmatismo, a religião caiu em vasão nos grupos sociais mais "desenvolvidos".

A nova forma de pensamento gera uma ruptura com os valores anteriores. 
Matamos Deus, como Nietzsche sugeriu, mas é aí que nos vemos órfãos em um universo infinito, dessa forma,  em um resgate dramático, bucamos a reconciliação da ciência e religião. 

O que nunca vai acontecer! Por que esses tem objetivos diferentes.
São polaridades universais. Imissíveis. Ainda que juntas, elevem a consciência humana e deem razão para a existência.

As religiões alegam possuírem a Verdade, mas a verdade é que: pode não haver nada do que dizem.

A ciência diz que não possui uma verdade imutável, o que parece mais perto de ser uma Verdade.

Mas isso por si só é seco, monocromático e sem vida. 

A Arte, o sentimento, a fé são forças fecundadoras da centelha do nosso ser! Ainda que não possamos ter uma sociedade totalmente focada nesses valores. 

 Veja como esses conceitos são complementares.





Faço uma comparação sobre isso dentro de um sistema.

A Ciência

A ciência com seu pragmatismo discriminante é como a luz do sol; sob ela podemos discernir nitidamente objetos há uma distancia considerável. 
Ela nos dá dentre todas as possibilidades, as respostas mais obvias, rápidas e resolutivas para nossos problemas. 

No entanto ela é inflexível, ao estarmos expostos a luz do sol nossa visão acaba sendo ofuscada pelo brilho excedente, nossa pele e retina podem sofrer danos. 
Esotericamente o sol é signo da pureza das coisas - por isso é retratado como uma criança em alguns baralhos de tarô - essa pureza é discriminante e até maldosa em certo ponto, não permitindo que algo de dissonante atrapalhe a harmonia existente. 
Tudo que atrapalhe o limpo senso estético solar é visto como feio, diferente por isso segregado. 
Também por isso a sombra da carta do sol seja a visão estreita a cerca do mundo ao redor. 

Assim como as plantas absorvem a energia solar para seu crescimento e realização de processos metabólicos, os humanos se utilizam do saber científico para elaboração dos mais refinados construtos.


A Espiritualidade

Polêmica e multifacetada, só entende a espiritualidade verdadeiramente aquele individuo que a sente, que a vive!
Há generalidades pelas quais os sistemas de crenças,  se guiam para transmitir seus  conhecimentos, no entanto, isso precisa não apenas da aceitação, mas do entendimento desses conceitos no mais íntimo de cada um.

A Espiritualidade verdeira é intima. 
É contato entre a alma humana e a divina.

E por vezes acaba não sendo construída em cima de um sistema lógico cartesiano, mas de símbolos, metáforas plurais, que tocam e elevam no nosso ser de maneira única, mas ainda inapreensíveis.

É uma luz difusa, que nos coloca como parte do Grande Mistério, que une os planos de realidade, a imaginação, o factual, o sentir. 

Assim como a luz da lua, onde vemos por meio da penumbra um objeto distante tomar uma aparência sobreposta e fantasmagórica. 

Influencia as marés, as marés psíquicas, do intimo do pensamento coletivo humano. 
 
A natureza espiritual é confusa mesmo; e creio que jamais iremos desvenda-la , no entanto ela faz parte do nosso próprio ser. E nega-la é negar a nós mesmos.

"Conhece a ti mesmo e conhecerás os Deuses e o o Universo."

Essa é a chave dos grandes mistérios que foi deixada pelos sábios que vieram antes.


E o que isso tem a ver com Física Quântica? 

Olha... não tem nada não.

A ciência é baseada em provas.

A espiritualidade não precisa de provas. 

Não nego que há correlações entre os dois.
Você pode ter o dois! 

Mas um não justifica o outro. Aceite.

São apenas mais uma manifestação da dualidade, e que essa dualidade sirva para ser fecunda ao ser e elevar! 


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