terça-feira, 12 de março de 2024

Reflexões sinceras parte 01

 


 

Percebi um padrão em minha vida: os animais vivem e agem de acordo com o seu instinto, que nada mais é do que o conjunto das reações que advêm de suas peculiaridades genéticas, atreladas ao aprendizado básico. A característica que os diferencia dos seres humanos é o processo de racionalização presente nestes. Mesmo assim, temos uma parte animal que invoca nossos instintos - a luta, a fuga e a busca pelo prazer.

As vezes, em meio ao caos e lutando pela sobrevivência,  incorremos em padrões estereotipados que constroem uma armadura de sobrevivência. Aos poucos essa armadura começa a pesar em nossas vidas: o personagem assume o controle e perdemos o real sentido de tudo isso.  Processos patológicos tendem a se manifestar como forma de emitir um aviso ao ser humano de que ele está ali.

Talvez isso tenha acontecido comigo.

Estive por mais de um ano agindo por puro instinto. Sobrevivendo. Reagindo. Buscando prazer.

Não sei quando isso começou, também não sei dizer se irá acabar, mas posso dizer com sinceridade que hoje compreendo o processo no qual isso acontece.

A partir de deduções pessoais e interpessoais, posso concluir que tendemos a seguir padrões de comportamento para evitar mudanças abruptas que nos tirem da zona de conforto, e comigo não é diferente.

Amor é a lei, amor sob vontade.

O amor é o combustível universal. Sem demagogia ou hipocrisia nenhuma, acredito de todo meu coração nisso.

No entanto, não podemos viver do puro amor.

Amor, talvez, seja um ideal, algo que de fato advenha de uma ilusão criada pela fantasia humana a fim de saciar necessidades tão profundas que não saberia discorrer no momento, mas prometo pensar a respeito.

Precisamos direcionar o amor de acordo com nossa vontade. A vontade é a manifestação da consciência em prol de algo que desejamos. A vontade nasce do desejo - talvez seja a sua forma mais sutil - mas não é o puro desejo. A vontade surge como meio de se alcançar tal desejo.

Desejamos ser, desejamos ter, desejamos estar. E o caminho pelo qual iremos percorrer para alcançar tais preposições são manifestações da vontade. A verdadeira vontade no entanto deve ser consciente, como Crowley cita, "livre da ânsia de resultado". Através da vontade manifestada e direcionada, encontraremos amor em nosso caminho.

No entanto, o universo tende a dissuadir do caminho por meio do prazer, a falácia da liberdade. Hoje percebo que a verdadeira liberdade surge da disciplina, caso contrário, seremos eternos escravos do prazer e "os escravos servirão" (cito Crowley de novo).

O prazer deve ser uma coroa de louros após a conquista, e não a coroa em si. Que valor tem uma coroa de louros, afinal? Se não a recompensa de ter percorrido o caminho e então a ganhado?

 No entanto, a mente humana não entende negativas, e elas se tornam espíritos obsessores que irão te perseguir. Percebo que criar restrições não é algo que vai auxiliar no processo de busca da verdadeira vontade, mas te fazer confrontar, negar ou até culpar os deuses, o universo e a si mesmo por tamanha injustiça restritiva.

De outro modo, afirmativas tendem a possuir muito mais peso, visto que são fruto do direcionamento da mente. Ou seja, ao afirmar algo, negamos o desejo em prol da vontade. O desejo te seduz, a vontade te direciona. O desejo é obsessivo, a vontade é um lampejo que vem e precisa ser afirmada, caso contrário se dispersa. O desejo surge espontaneamente ou por meio de processos subconscientes, enquanto a vontade deve ser parida.

Afirmar é o primeiro passo para o estabelecimento da vontade verdadeira. Tal como os coachs quânticos alegam (risos): a afirmativa da verdadeira vontade modifica o universo a sua volta.

Ao final desse texto, eu mesmo me pergunto: o que eu quero afirmar hoje? E você, o que quer afirmar hoje?

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