A era dos heróis acabou ou não? Enquanto houver um propósito, uma chance de esperança para vida. Lá estarão os heroís?
Talvez esses heróis precisem morrer para que assim eles se tornem algo que realmente funcione.
Algo que eles deveriam ser. Emblemas de um ideal.
Isso me fez pensar, todo herói nasceu para morrer. É na morte que o herói se consagra como tal. Na entrega de tudo e da sua vida. Cada noite mal dormida, cada recusa e cada manhã de esperança. E finalmente no seu último ato.
O herói como ser vivente é atravessado pela pulsão voraz de seus próprios desejos, recalcando-os aos calabouços informes da mente.
Seus desejos são anulados na morte, permanecendo a pura essência da existência do herói.
Seu pacto de sacrifício o obriga a seguir em frente sem pensar na heresia profana jamais imaginada.
A de que seu ideal era uma mentira.
As mentiras são formas de sair pela tangente lógica, apresentando uma realidade inventada. Algo que satisfaça uma necessidade com qual não se quer lidar.
Heróis frequentemente se vêem pedindo desculpas; pois é a forma social de encarar o Erro Crasso de seu propósito.
Talvez heróis tenham morrido pela reflexão de pessoas comuns que viram que já há batalhas de mais para lutar no dia a dia.
Uma luta a menos para trabalhador cansado já é uma guerra ganha. A guerra da sua paz.
As guerras só existem para que se haja a paz, mas não preciso comentar que nem todos tem o mesmo ideal de paz.
No esclarecimento das causas da guerra, a contradição da busca por paz é exposta.
Como em uma autópsia, a causa está ali escancarada, cabendo apenas elocubraçõs sobre o fato incontestável do fim.
Talvez o que tenha matado o herói seja a consciência de sua finitude, o insigth insignificante de que sua pequena vida foi criar um propósito.
Talvez o real propósito estivesse bem na sua frente o tempo todo. A consciência disso talvez tenha disparado mecanismos de autoproteção.
Proteger a si mesmo talvez seja o que esse herói tenha a ensinar.
Mas isso são elocubraçõs de um processo arquivado.
29.06.2024
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