sexta-feira, 28 de junho de 2024

He – A Chave do Entendimento da Psicologia Masculina de Robert Johnson. Resenha e reflexões pessoais.

He - A chave do entendimento da psicologia masculina.

Esse e outros textos que virão são frutos de uma concatenação de ideias que surgem após leitura de alguns livros. O livro escolhido dessa vez foi: He – A Chave do Entendimento da Psicologia Masculina.



Estive diante de alguns conflitos relacionados à ressignificação da minha própria masculinidade.

Curiosamente encontrei um livro jogado na minha estante. O título provocativo me chamou atenção, resolvi ler e agora compartilho um breve resumo e minhas percepções do livro.

O livro He – A Chave do Entendimento da Psicologia Masculina, mergulha no simbolismo arquetípico e das confusões de um jovem inexperiente retratados por o Parsival, filho do lendário cavaleiro Sir Lancelot, pertencente aos Cavaleiros da Távora Redonda do Rei Arthur.

Após a morte de seu pai em uma batalha, Coração Partido, a mãe de Parsival entra em desgosto e vai viver uma vida no campo, isolada da cidade. Parsival cresce e se torna um rapaz forte e belo, porém que possui inteligência e educação deficientes.
Um dia ao ver cavaleiros passando pelo campo fica encantando por sua altivez e presença e decide segui-los.

Antes de partir conta para sua mãe, que mesmo a contragosto dá a sua bênção e a orienta o jovem a: ir a igreja todos os domingos (claro né), tratar todas as mulheres com respeito e não fazer muitas perguntas onde fosse para que não fosse inconveniente.

Ouvindo os conselhos de sua mãe o jovem embarca em sua jornada, seguindo-os chega a Camelot e declara então aos Cavaleiros que ele também desejava se tornar um deles; estupefatos de ver tamanha pretensão de um jovem camponês rude, admitem leva-lo até o rei - que então o desafia com uma missão: derrotar o Cavaleiro Vermelho.

Aqui entramos em um primeiro ponto chave da história: a batalha com o Cavaleiro Vermelho, que era um cavaleiro inimigo do reino, já pertenceu à corte, porém tornou-se insubmisso e arrogante por ser extremamente habilidoso, era o manto que faltava para compor a Távola.  Era claramente uma missão suicida. Mas rude, impetuoso e cheio de juventude, Parsival vai até o cavaleiro e o desafia.

Em um dado momento da batalha, o cavaleiro vermelho se dando por vencido, provoca o jovem e comemora vitória, então Parsival o atinge no capacete, que revida descuidadamente, levando um golpe certeiro no coração.

No instante em que a gloria de Parsival é consagrada e o manto do cavaleiro vermelho passa a ser seu, o pequeno cavaleiro aprende o poder de sua coragem e frieza, ao não reagir às provocações feitas pelo cavaleiro vermelho. Uma das primeiras lições que todo homem deve aprender.

Recebido como cavaleiro na corte, Parsival recebe a mais nobre das missões - a Demanda, encontrar o Graal.

Antes de seguir sua procura, ele é encaminhado ao grande cavaleiro Gournamond, que o treina nas nobres artes da cavalaria e nas artes liberais.

Depois de meses, entediado com seu treinamento, Parsival solicita dispensa para que possa começar sua missão. Gournamond diz que ainda lhe falta treinamento, mas ansioso insiste em partir e é instruído por seu mestre  a quando finalmente encontrar o Graal fazer a seguinte pergunta: a quem pertence o Graal?

Gournamond representa o hierofante, o professor que passa os conhecimentos que talvez o jovem não tenha recebido do seu pai. No entanto... por ingenuidade, o descarta e acreditando que sabe o que precisa saber, algo característico mas fundamental para o desenrolar da história. 

Em um momento de descanso, após um dia inteiro de caminhada Parsival se aproxima de um rio e vê um pescador este parece triste, ele se aproxima inicia uma conversa, o pescador então diz ao garoto que foi ferido gravemente quando jovem - uma brasa queimou seus membros inferiores quando assava um peixe para comer pois havia-o deixado cair, assim o homem não poderia caçar e se contentava apenas a pescar. 

>> O rei pescador representa outro ponto interessante desse conto, de acordo com Johnson, “o homem que sofre, em nossos dias, é herdeiro direto deste evento psicológico” (p. 14). O Rei Pescador, ou o homem jovem, despreparado, é ferido pelo peixe da sabedoria. É sua primeira e fundamental ferida de individualização. O gosto do peixe, porém, ficará em sua boca pelo resto de sua vida. O garoto acidentalmente tropeça em algo que é muito grande para si. Ter deixado o peixe cair é sua vergonha fundamental. A dor triste, porém, necessária, é “dar-se conta de que o mundo não é feito só de alegria e felicidade, como pensava, e observar a desintegração de seu frescor infantil, de sua fé, de seu otimismo” 

 

Este pescador é o Guardião do Graal, mas Parsival não sabe disso. Parsifal entra no castelo e fica encantado, mas não se posiciona para tal, para fazer o que havia de ser feito. Afinal ele era jovem e estava com medo.

Na manhã seguinte o jovem deixa o castelo e vai em busca do graal, sem saber que esteve do lado dele toda noite.  

A alegoria expressa aqui é o graal de cada homem deixado de lado pela imaturidade, por negligênciar seu lado intuitivo que o alertava.

Esse ponto é reforçado por diversos outros trechos ao longo do livro. Onde finalmente depois de tantas voltas e pelo menos 30 anos mais velho, retorna só templo do graal.

 Sua sabedoria adquirida com a idade o trouxe de volta o pensamento errante infantil, a capacidade de ser perder para se achar.


Só que agora ele já sabia então o que fazer? Ou será que não sabia?


A história não termina com o cavaleiro retomando o graal mas sim se dando conta de que cada passo de sua jornada foi importante para que chegasse nesse local. 

A vida colocou em uma situação simples de se posicionar ou manter-se calado, 0 ou 1, agir ou não agir.

Eu espero de coração que você - assim como Parsifal, tomem então sua escolha de coração limpo. 


 

 

Caso Arquivado: a morte do herói.


A era dos heróis acabou ou não? Enquanto houver um propósito, uma chance de esperança para vida. Lá estarão os heroís? 

Talvez esses heróis precisem morrer para que assim eles se tornem algo que realmente funcione.

Algo que eles deveriam ser. Emblemas de um ideal. 

Isso me fez pensar, todo herói nasceu para morrer. É na morte que o herói se consagra como tal. Na entrega de tudo e da sua vida. Cada noite mal dormida, cada recusa e cada manhã de esperança. E finalmente no seu último ato.

O herói como ser vivente é atravessado pela pulsão voraz de seus próprios desejos, recalcando-os aos calabouços informes da mente. 

Seus desejos são anulados na morte, permanecendo a pura essência da existência do herói. 


Seu pacto de sacrifício o obriga a seguir em frente sem pensar na heresia profana jamais imaginada.

A de que seu ideal era uma mentira.

As mentiras são formas de sair pela tangente lógica, apresentando uma realidade inventada. Algo que satisfaça uma necessidade com qual não se quer lidar.

Heróis frequentemente se vêem pedindo desculpas; pois é a forma social de encarar o Erro Crasso de seu propósito. 

Talvez heróis tenham morrido pela reflexão de pessoas comuns que viram que já há batalhas de mais para lutar no dia a dia.

Uma luta a menos para trabalhador cansado já é uma guerra ganha. A guerra da sua paz.

As guerras só existem para que se haja a paz, mas não preciso comentar que nem todos tem o mesmo ideal de paz.

No esclarecimento das causas da guerra, a contradição da busca por paz é exposta. 

Como em uma autópsia, a causa está ali escancarada, cabendo apenas elocubraçõs sobre o fato incontestável do fim.

Talvez o que tenha matado o herói seja a consciência de sua finitude, o insigth insignificante de que sua pequena vida foi criar um propósito. 

Talvez o real propósito estivesse bem na sua frente o tempo todo. A consciência disso talvez tenha disparado mecanismos de autoproteção. 

Proteger a si mesmo talvez seja o que esse herói tenha a ensinar.

Mas isso são elocubraçõs de um processo arquivado. 

29.06.2024

segunda-feira, 27 de maio de 2024

Poemas

SEXO

 

 Confábulo 2024 - Arte criada usando o app Concepts

Perverso
Por este verso
Confesso
É desejo regresso
Inverso

Na verdade é realidade.
De coração
É comunicação.
Unir com ação.

Queria não querer
Mas quando não quero erro.
Me desespero
É sem querer

É sem igual
Fonte de todo mal
Medo mau real

Mas não deveria ser
Queria saber
Sentir prazer
Vi ver o querer

Nele não havia nada
Se não o escuro da alma
Coisa rara
Puro sentir calma

Simplesmente sumir
Se unir e sentir
Não pensar
Acalmar, resetar e assim mudar.

Sexo é sinergia e sinestesia
Alquimia, arte e poesia.


Alegria ou melancolia?
Calmaria ou Correria?
É noite ou dia?

 

É o meio termo, magia.

 

Uma olhada na janela do universo, 

A leitura de um verso,

Que foi professo

No abrigo convexo

De cada um.

Vice e Verso,

 

Mas agora sinto o reverso,

Era simples e virou complexo,

No eterno lapso do tempo regresso,

E volto ao tempo em que não há.

No inicio de tudo.

Perverso.

 


Sexo - Gabriel Furtado - Primavera Amazônica, 2024.

terça-feira, 12 de março de 2024

Reflexões sinceras parte 01

 


 

Percebi um padrão em minha vida: os animais vivem e agem de acordo com o seu instinto, que nada mais é do que o conjunto das reações que advêm de suas peculiaridades genéticas, atreladas ao aprendizado básico. A característica que os diferencia dos seres humanos é o processo de racionalização presente nestes. Mesmo assim, temos uma parte animal que invoca nossos instintos - a luta, a fuga e a busca pelo prazer.

As vezes, em meio ao caos e lutando pela sobrevivência,  incorremos em padrões estereotipados que constroem uma armadura de sobrevivência. Aos poucos essa armadura começa a pesar em nossas vidas: o personagem assume o controle e perdemos o real sentido de tudo isso.  Processos patológicos tendem a se manifestar como forma de emitir um aviso ao ser humano de que ele está ali.

Talvez isso tenha acontecido comigo.

Estive por mais de um ano agindo por puro instinto. Sobrevivendo. Reagindo. Buscando prazer.

Não sei quando isso começou, também não sei dizer se irá acabar, mas posso dizer com sinceridade que hoje compreendo o processo no qual isso acontece.

A partir de deduções pessoais e interpessoais, posso concluir que tendemos a seguir padrões de comportamento para evitar mudanças abruptas que nos tirem da zona de conforto, e comigo não é diferente.

Amor é a lei, amor sob vontade.

O amor é o combustível universal. Sem demagogia ou hipocrisia nenhuma, acredito de todo meu coração nisso.

No entanto, não podemos viver do puro amor.

Amor, talvez, seja um ideal, algo que de fato advenha de uma ilusão criada pela fantasia humana a fim de saciar necessidades tão profundas que não saberia discorrer no momento, mas prometo pensar a respeito.

Precisamos direcionar o amor de acordo com nossa vontade. A vontade é a manifestação da consciência em prol de algo que desejamos. A vontade nasce do desejo - talvez seja a sua forma mais sutil - mas não é o puro desejo. A vontade surge como meio de se alcançar tal desejo.

Desejamos ser, desejamos ter, desejamos estar. E o caminho pelo qual iremos percorrer para alcançar tais preposições são manifestações da vontade. A verdadeira vontade no entanto deve ser consciente, como Crowley cita, "livre da ânsia de resultado". Através da vontade manifestada e direcionada, encontraremos amor em nosso caminho.

No entanto, o universo tende a dissuadir do caminho por meio do prazer, a falácia da liberdade. Hoje percebo que a verdadeira liberdade surge da disciplina, caso contrário, seremos eternos escravos do prazer e "os escravos servirão" (cito Crowley de novo).

O prazer deve ser uma coroa de louros após a conquista, e não a coroa em si. Que valor tem uma coroa de louros, afinal? Se não a recompensa de ter percorrido o caminho e então a ganhado?

 No entanto, a mente humana não entende negativas, e elas se tornam espíritos obsessores que irão te perseguir. Percebo que criar restrições não é algo que vai auxiliar no processo de busca da verdadeira vontade, mas te fazer confrontar, negar ou até culpar os deuses, o universo e a si mesmo por tamanha injustiça restritiva.

De outro modo, afirmativas tendem a possuir muito mais peso, visto que são fruto do direcionamento da mente. Ou seja, ao afirmar algo, negamos o desejo em prol da vontade. O desejo te seduz, a vontade te direciona. O desejo é obsessivo, a vontade é um lampejo que vem e precisa ser afirmada, caso contrário se dispersa. O desejo surge espontaneamente ou por meio de processos subconscientes, enquanto a vontade deve ser parida.

Afirmar é o primeiro passo para o estabelecimento da vontade verdadeira. Tal como os coachs quânticos alegam (risos): a afirmativa da verdadeira vontade modifica o universo a sua volta.

Ao final desse texto, eu mesmo me pergunto: o que eu quero afirmar hoje? E você, o que quer afirmar hoje?

quarta-feira, 24 de janeiro de 2024

Os 4 Elementos sob a pespectiva do Esoterismo e Filosofia: TERRA.


Aspecto

Correspondência para o Elemento Terra

Direção

Norte

Cor

Verde, marrom, preto

Símbolo

Pentagrama, Cubo, Quadrado

Instrumento Mágico

Pentáculo, Varinha

Arcano Maior

Ouros (nos tarôs)

Arcanjo

Uriel

Ciclo da Vida

Maturidade, colheita

Estação

Inverno

Zodíaco

Touro, Virgem, Capricórnio

Qualidade

Estável, prático

Elemental

Gnomos (Espíritos da Terra)

Chakra

Chakra Básico (Raiz)

Plano

Físico, material

Sensação

Tato

Símbolos Adicionais

Rochas, árvores, sementes

 

 


“As trevas que fluem do interior da terra iluminam todas as criaturas, que por sua vez produzem sombra sobre ela.”

Sorita D’este e David Rankine, 2008.

 

É um costume ocultista codificar em afirmativas e/ou máximas, certos insights por meio de metáforas ou charadas. Caso o estudante consiga interpretá-las chegará aos seus próprios insigths dentro do seu contexto, assim como eram por exemplo as parábolas do cristo para os seus discípulos e todas as demais histórias mitológicas desde o oriente ao ocidente.

Gosto da citação do Livro Pratical Elemntal Magick porque vejo que ilustra bem o papel das energias densas na natureza de construir coisas. Através das emanações de matéria densa que a terra emana, conseguimos moldar, construir, prover alimento, ter um corpo, sentir e viver. Mas para isso, primeiro precisamos estruturar essas coisas, as vezes destruir e reconstruir; terra é trabalho, e manipular a terra dos filósofos requer um trabalho de estruturação do nosso ser. Veremos nesse último capítulo do estudo um pouco mais sobre as correspondências esotéricas e filosóficas do elemento terra.

A terra assim como o ar é um elemento formativo, ou seja, ela ajuda a dar forma as coisas. Tal como as plantas que precisam do calor do sol e dos gases da atmosfera para realizarem seu metabolismo e crescerem e do firme substrato da terra para ancorarem sua existência e receber suporte de nutrientes; também somos formados de nossas ideologias, pensamentos, sonhos e do que comemos, como anda nossa saúde, nosso corpo e relações.

                O axioma mágico da terra é o Calar, o calar é entregar para terra, é plantar a semente, trabalhar e esperar. O básico bem-feito, de maneira assertiva. Podemos ouvir o silêncio da terra ao comtemplarmos uma montanha, ou um campo aberto, ou ainda ao meditarmos e ouvirmos o silêncio interior. Não é um silêncio de fato, pois nós, assim como a terra estamos vivos, então talvez possamos silenciar algo? Talvez a terra nos conecte com algo maior, uma conexão e integração com as coisas ao redor. Presença.

                Como doador da forma, este elemento representa a manifestação, e a manifestação pode ser vista como diversos graus de atividade. No plano psíquico isso pode ser uma conclusão, um resultado, aquisição material, consumação de uma emoção ou criação de uma nova ideia.

                O acrônimo alquímico da terra é Trium Elementorum Recptaculum Recondo Aurifodinam que significa, Receptáculo Dourado dos Três Poderes. Isso enfatiza as qualidades da terra como formadora, não apenas do ouro mas da solidificação dos outros elementos; e também das características místico-filosóficas destes elementos nas nossas vidas.



                A terra é associada também ao sentido do toque e das sensações corporais, incluindo o afeto por meio do toque, do erotismo e da sensualidade. Outras características podem ser observadas como a resistência, a paciência, a tolerância, humildade, firmeza, pragmatismo e realismo; que por sua vez se não trabalhadas podem adquirir aspectos negativos como tirania, avareza, depressão, preguiça, melancolia, teimosia e práticas predatórias (apenas consome o que a terra dá).

                A magia com o elemento terra pode ser realizada, com plantas, meditações de consciência plena, exercícios físicos, práticas na natureza e realização de projetos.

                O horário associado a terra é a meia noite, isso pode ser atribuído ao silêncio da madrugada, que permite os sonhos, a viagem para dentro do nosso ser e contato com o sol da meia noite, o sol no centro da terra; o self dentro de nosso ser.

                A terra mantém a vida, mas também para ela a vida volta, o que faz da terra o começo meio e fim dessa vida; a jovem, mãe e anciã. Mas usualmente atribuímos à sua face anciã para realização do trabalho de autoconhecimento, de destruição de o que não nos serve mais e cultivo da sabedoria de nosso ser. Assim como a água, a Terra também guarda as memórias; dentro das pedras preciosas e demais raridades encontradas na terra. As preciosidades e raridades são encontradas sob a terra macrocosmicamente e microcosmicamente, todo ouro o riqueza residem secretos sob o domínio das trevas profundas no nosso inconsciente, ainda sim a verdadeira riqueza é o que fazemos com esses tesouros.

                Visita o Interior da Terra e Retificando-te Encontrarás e Pedra Oculta, é a tradução da sentença alquímica V.I.T.R.I.O.L.; que traduz o legado deixado para todos magos, para que buscando a tua essência no interior do teu ser, encontrarás a pedra filosofal; fonte imensurável de poder mágico transformador. VITRIOL tornou-se ao longo dos séculos uma frase universalmente comum dentro das escolas de mistérios pois representa a busca constante dos magos para o seu desenvolvimento pessoal e aperfeiçoamento da humanidade em geral.

                Estar conectado ao elemento terra diz muito sobre o convívio em sociedade;

                               “(..) Fortaleça nossos corpos para que amemos uns aos outros, deixem passar o atordoamento do cotidiano e juntos estaremos unidos e em um só planeta, que por causa de nossas lutas e magia que um círculo maior seja aberto em amor e hamonia social. Assim seja.

Invocação Wiccaniana, Starhalk.

                A máxima lei da natureza é a diversidade, se cada organismo estiver conectado à sua essência verdadeira retificada, ele desempenhará sua tarefa na sociedade, como em uma floresta onde todo o ecossistema é interligado, desde os fungos, às árvores, aves, presas e predadores. O que nos convida a pensar no equilíbrio e como cada um de nós tem dons únicos que podem ser utilizados em nossa vida, nas daqueles que amamos e na sociedade em geral.

quarta-feira, 17 de janeiro de 2024

Os 4 Elementos sob a pespectiva do Esoterismo e Filosofia: ÁGUA

 

 





 

Aspecto

Correspondência para o Elemento Água

Direção

Oeste

Cor

Azul, verde-água, prata

Símbolo

Cálice, Copo

Instrumento Mágico

Cálice, caldeirão

Arcano Maior

Copas (nos tarôs)

Arcanjo

Gabriel

Ciclo da Vida

Envelhecer

Estação

Outono

Zodíaco

Câncer, Escorpião, Peixes

Gema

Safira

Qualidade

Emotivo, intuitivo

Elemental

Ondinas (Espíritos da Água)

Rei Elemental

Niksa

Chakra

Chakra Sacral

Plano

Astral, emocional

Sensação

Paladar

Solido Platônico

Icosahedro

Símbolos Adicionais

Conchas, peixes, ondas




O Cântico Wiccaniano lembra - “o oceano é o início do mundo, toda vida vem do mar”; o valor gerador do elemento água, que não apenas dá gera a vida, mas a mantém em seu curso. Thales de Mileto, filósofo grego já pensava sobre esse tema colocando a água como fundação da vida, os antigos babilônicos em seu mito de criação narram a história de Apsu, o deus das águas doces e Tiamat deusa das águas do mar. Sem água em estado líquido, a vida na terra jamais teria seguido seu curso da maneira que conhecemos, todas as reações químicas em nosso corpo e fora dele, o metabolismo de cada ser vivo depende desse solvente universal para acontecer.

É estranho pensar que o nosso corpo, contém a água que já esteve nos rios, na chuva, no esgoto, dentro de outros seres e que algum dia toda essa água não estará mais em nós, mas que nunca será a mesma. Dizem que não se pode tomar banho duas vezes no mesmo, por que o rio não é o mesmo e que nós também não somos os mesmos.

Misticamente a água guarda também a memória de onde já esteve; partindo desse princípio é baseado também a pratica da Homeopatia, que concebe que a água guarda a memória da substância a qual entrou em contato, guardando assim a sua assinatura energética daquela substância que é ativada com as dinamizações realizada (não que eu faça uso da homeopatia, mas é no mínimo interessante que essa prática tenha se mantido  por muitos anos, e que ainda hoje, à luz da ciência moderna, há coisas que não podemos explicar dentro dessa prática).

Flertando agora com uma pseudociência apocalíptica (o que eu me tornei?), há quem diga que essa capacidade de memória da água vem de uma propriedade muito rara que lhe ocorre entre moléculas que são as pontes de hidrogênio, que por sua vez seriam ligações nem tão fortes como as covalentes, mas não tão fracas a ponto de extinguirem facilmente em certos contextos -  o que explica fenômenos como a capilaridade e a tensão superficial que são importantes para fisiologia das plantas por exemplo; e que a memória da água atuaria em nível quântico em uma troca de partículas submoleculares, e em contato com outras moléculas e por meio da fluidez das ligações de hidrogênio, comunicaria à próxima molécula de água a informação recebida e assim por diante (querido leitor, me perdoe por esse parágrafo chucro).

Assim como o fogo, a água pode nutrir e construir, ou destruir e matar; isso é expresso pela antiga dicotomia de que a água do mar é a vida dos peixes deste ambiente, mas pode ser mortal para nós. Essa dualidade entre vida e morte foi observada e mitificada por muitas culturas ao longo das eras, destaco aqui a mitologia egípcia  no qual o pós vida é acessado através de uma viagem pelo rio Amenti, guiada pelo célebre Caronte; ou ainda a mitologia céltica, que atribui as as ilhas da benção – pós vida, (tradução livre  de Isles of the blessed) como sendo atravessados por um oceano; dessa forma esotericamente representamos também o inconsciente humano como um oceano de coisas a serem iluminadas e guardadas pela luz do sol (razão) e da lua (emoção), e que os sonhos seriam emersões vívidas deste inconsciente. Sem o oceano do nosso inconsciente arrisco dizer que certamente existiríamos, mas não seríamos vivos.

A água dessa forma é associada com o transporte de coisas e pessoas, como com os navios e barcos pela água, mas esotericamente também com sentimentos, ideias e o paladar; a saliva é a fonte mais rápida e acessível de água que o sangue, e a saliva cumpre o papel de primeiro “solvente” do que chega em nossa boca, seja o gosto das comidas ou mesmo para se conectar a uma pessoa como no hábito social do beijo, ou ainda cumpriria o papel de solvente/lubrificante durante a troca sexual.

Um dos ensinamentos filosóficos da água é a capacidade de resiliência, de transformar-se a cada novo obstáculo; assumindo a forma do recipiente onde está, correndo o curso do rio através das pedras e se adaptando. Seu dogma da arte é o Ousar que em contrapartida relacionado ao fogo que é o querer; é fazer valer, agir, seguir e ser resiliente tal como a água, observando que não podemos controlar a água plenamente em seu curso, mas podemos direcionar para nossos objetivos e utilizar seu poder de forma construtiva, não apenas ser levados pela correnteza dos sentimentos.

O acrônimo alquímico da água: AQUA - Album Quae Vehit Aurum, branco que revela o dourado, faz referência não apenas ao mercúrio; mas ao mercúrio dos filósofos, pois os sentimentos puros (água/mercúrio) verdadeiros mostram a beleza e pureza do seu ser (ouro).

Além disso, a água está relacionada com o psiquismo que para psicologia pode ser definido como as noções de alma, pensamento, drama pessoal e vida afetiva, mas para a magia é a obtenção da capacidade de moldar esses princípios em si mesmo e em outras pessoas por meio da conexão e harmonização com o elemento água presente em tudo.

Trabalhar com o elemento água pode nos habilitar para compreensão de temas como: compaixão, morte, sonhos, emoções, empatia, sexualidade, psiquismo, serenidade e verdade. E sob aspecto desequilibrado esse elemento pode causar: medo, inveja, dor, angústia, engano e ódio.

.

.

.

.

.

.

Deixo com vocês uma canção que me conecta muito com esse elemento:



Abraços!

 Be like water.